Reconhecimento e desigualdade: da ética da autenticidade à cultura do novo capitalismo
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.2.12Resumo
Este artigo tem como objetivo problematizar o horizonte moral das sociedades contemporâneas, diante do qual as questões acerca do reconhecimento e da desigualdade social devem ser pensadas. Para tanto, apresento, na introdução, a forma como os conceitos de reconhecimento e desigualdade surgem no cenário acadêmico atual, apontando para a sua importância, limites e possíveis desdobramentos. Em seguida, mostro como Charles Taylor esboça, principalmente em seu livro A ética da autenticidade (2011), no qual reescreve algumas teses centrais de sua obra magna As fontes do self (1997), um ideal moral da cultura moderna, que se sintetiza principalmente no conceito de autenticidade e que não teria se realizado em sua plenitude. Diante disso, tento analisar como a “cultura flexível” do capitalismo atual, tematizada por Richard Sennett, principalmente em A corrosão do caráter (2006) e A cultura do novo capitalismo (2015), parece ser a principal distorção contemporânea da cultura ocidental da autenticidade. Na parte final, procuro mostrar como a cultura desse novo capitalismo se torna um horizonte moral fake, por prometer um caminho para a autorrealização e para o reconhecimento, que é falso. Com isso, esse horizonte moral fake, percebido na obra de Sennett, suprime e esconde o horizonte moral maior da modernidade, que, para Taylor, se explica pela necessidade de busca pela autenticidade, enquanto sinônimo de autorrealização. Assim, essa cultura do novo capitalismo constrói e naturaliza a desigualdade social moderna de forma ainda mais eficaz do que em períodos anteriores.
Palavras-chave: reconhecimento, desigualdade, novo capitalismo.
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