Das artes tradicionais à economia criativa: a pintura indígena da Austrália e sua inserção no sistema das artes

Autores

  • Ilana Seltzer Goldstein Universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.3.09

Resumo

A economia contemporânea, marcada por uma intensa globalização e pelas novas tecnologias de informação e comunicação, tem assistido a um incrível aumento da competitividade. Foi nesse cenário que os valores intangíveis e os significados culturais agregados aos produtos se tornaram tão ou mais importantes que sua funcionalidade. Particularmente nos setores que compõem a chamada economia criativa, como o design, as artes visuais, a música, a moda, a gastronomia, etc., os bens e serviços passaram a se destacar por sua singularidade e por terem, simultaneamente, valor econômico e valor simbólico. Tendo esse cenário como pano de fundo, o presente texto apresenta um estudo de caso ancorado na Austrália, que revela como o segmento da arte indígena se tornou parte da economia criativa naquele país, possibilitando uma ocupação culturalmente significativa e economicamente viável para comunidades tradicionais em situações de contato. Por fim, sugere-se a relevância de abordagens interdisciplinares para a análise de práticas artístico-culturais.

Palavras-chave: economia criativa, arte indígena, pintura aborígene australiana.

Biografia do Autor

Ilana Seltzer Goldstein, Universidade Federal de São Paulo

Departamento de História da Arte. Área: Antropologia.

 

Ilana Seltzer Goldstein é bacharel e mestre em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, tem uma especialização em Direção de Projetos Culturais pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III, e outra especialização em Avaliação de Projetos e Programas Sociais pela Fundação Instituto de administração – FIA, e é doutora em Antropologia pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp. Foi docente e coordenadora do MBA em Bens Culturais da Fundação Getúlio Vargas, de 2008 a 2014, e docente na pós-graduação em Gestão Cultural do SENAC, de 2010 a 2013. Atualmente, é docente e pesquisadora no Departamento de História da Arte e no Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Universidade Federal de São Paulo, onde é responsável também pela política cultural da Reitoria e coordena a Cátedra Kaapora, voltada à promoção da diversidade cultural.

 

Paralelamente, atua há mais de 15 anos com projetos sociais e culturais. Entre outros trabalhos, foi uma das responsáveis pela exposição “Terra Paulista: história, artes e costumes”, que ficou em cartaz no Sesc Pompeia, em 2005; foi Gerente de Promoção Social, responsável por educação, cultura e geração de renda no Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP/SP, entre 2004 e 2006; foi pesquisadora da Organização Mundial do Comércio, no Projeto “Creative Heritage”, com foco na proteção às expressões culturais tradicionais, entre 2007 e 2008; concebeu o relançamento da obra completa de Jorge Amado pela Editora Companhia das Letras, bem como o programa educativo para professores da rede pública de todo o país, entre 2007 e 2010; realizou levantamento nacional, encomendado pelo Ministério da Cultura, sobre exposições de arte contemporânea no Brasil, em 2011; prestou consultoria à Base 7 Projetos Culturais, na concepção de conteúdo e cenografia do Memorial da Imigração Judaica e no projeto do Museu do Holocausto, em 2012 e 2013; reformulou a Semana Itaú de Gestão Cultural, em 2016; foi consultora da mostra de arte indígena “Tempo dos Sonhos”, que está itinerando por unidades da Caixa Cultural em várias cidades, em 2016 e 2017.

 

Ilana é autora dos livros O Brasil best-seller de Jorge Amado: literatura e identidade nacional (SENAC, 2003) e Responsabilidade social: das grandes corporações ao terceiro setor (Ática, 2008). Criou e editou, por cinco anos, a Proa - Revista de Antropologia e Arte -http://www.revistaproa.com.br/05/. Editou sob encomenda a Revista Observatório Itaú Cultural no. 17, sobre políticas de fomento para o livro e a leitura. Publicou ainda diversos artigos, como: “Économies de l´art contemporain. Programmation, financement et gestion dans les institutions culturelles brésiliennes“. In: Art et société: Recherches récentes et regards croisés, Brésil/France. OpenEdition Press, 2016; "Arte, cultura e formação" (http://www.academia.edu/11658940/Artigo_sobre_arte_cultura_e_forma%C3%A7%C3%A3o); "Arte, artesanato e arte popular: fronteiras movediças" (http://www.academia.edu/11659724/Cap%C3%ADtulo_de_livro_sobre_as_fronteiras_movedi%C3%A7as_entre_arte_artesanato_e_arte_popular); "Visible art, invisible artists" (http://www.vibrant.org.br/issues/v10n1/ilana-seltzer-goldstein-visible-art-invisible-artists/).

 

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Publicado

2017-08-23

Edição

Seção

Dossiê: Artes e criatividade: identidades e diferenças entre o local e o global