A criatividade como um habitus regionalizado no campo artístico bourdieusiano

Autores

  • Jacques Haruo Fukushigue Jan-Chiba Universidade Estadual de Londrina
  • Letícia Luriko Tadeo Universidade Estadual de Londrina
  • Rafael Borim-de-Souza Universidade Estadual de Londrina

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.3.08

Resumo

O campo artístico é delimitado por um discurso que impõe formas de interpretar, consagrar e produzir arte conforme as regras que foram impostas. Essa imposição é questionada, pois não está explícito quem detém o poder de autorizar ou nomear o que é arte. Os produtores de arte estão submissos a um campo de força delimitado por meio de um discurso regionalista do campo artístico. Torna-se necessário um dispositivo na forma de habitus para que a criação artística fora dos limites da região dominante tenha força suficiente de transformação por meio de seu fator de distinção. Esse dispositivo de distinção é a criatividade. Como resposta às censuras impostas à ação criativa por meio de discursos regionalistas dominantes, este artigo foi desenvolvido com o objetivo de defender a criatividade como um habitus do campo artístico. Para tanto, fez-se uso das teorias de Pierre Bourdieu sobre campo (e, mais especificamente, o artístico), poder simbólico, região e habitus. Concluiu-se que a teoria de habitus representa o lado oculto do mercado dos bens artísticos; que as lutas por um espaço no campo artístico são guerrilhas estabelecidas entre os próprios artistas que buscam identidade e liberdade no campo e; que a criatividade como um habitus possui diversos desafios no campo artístico, principalmente quando delimitado por um discurso.

Palavras-chave: arte, criatividade, Bourdieu, campo artístico, poder simbólico, habitus, região.

Biografia do Autor

Jacques Haruo Fukushigue Jan-Chiba, Universidade Estadual de Londrina

Discente do Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Estadual de Londrina, da linha de pesquisa em Gestão em Organizações. Membro do Grupo de Pesquisa EOSI - Estudos Organizacionais sobre Sustentabilidade e Internacionalização, com foco em estudos sobre a sociologia de Pierre Bourdieu aplicada em estudos organizacionais.

Letícia Luriko Tadeo, Universidade Estadual de Londrina

Graduanda do curso de Administração na Universidade Estadual de Londrina - UEL

Rafael Borim-de-Souza, Universidade Estadual de Londrina

Professor Adjunto A no Departamento de Administração da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Docente permanente na Linha de Gestão de Organizações do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual de Londrina (PPGA-UEL). Coordenador do Grupo de Pesquisa EOSI - Estudos Organizacionais sobre Sustentabilidade e Internacionalização. Realizou Estágio Pós-Doutoral no Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual de Londrina (PPGA-UEL) (2015), onde foi bolsista pelo Programa Nacional de Pós-Doutorado da CAPES (PNPD-CAPES). Doutor em Administração na linha de Inovação e Tecnologia pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Paraná (PPGADM-UFPR) (2014), onde foi Bolsista pelo Consenho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Mestre em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual de Maringá em Consórcio com a Universidade Estadual de Londrina (PPA-UEM/UEL) (2010), Especialista em Controladoria e Finanças pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) (2007) e em Gestão Empresarial pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (2008) e Bacharel em Administração pela PUC/PR (2006).Pesquisador inscrito nos seguintes Grupos de Pesquisas: Grupo de Estudos em Gestão da Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade (EGITS) da UFPR, e no Grupo de Pesquisa sobre Competências, Gestão e Sustentabilidade da UEL. Tem experiência na área de Administração, com interesses de pesquisa e publicações nos seguintes temas: organizações, estudos organizacionais, poder simbólico nas organizações, internacionalização, gestão comparativa, sustentabilidade, sustentabilidade organizacional, desenvolvimento sustentável, crise ambiental, competências organizacionais, gestão de competências e pesquisa qualitativa em organizações.

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Publicado

2017-10-02

Edição

Seção

Dossiê: Artes e criatividade: identidades e diferenças entre o local e o global