Rompimento do segredo e a produção da materialidade do crime de estupro de vulnerável em uma delegacia
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2021.57.3.07Palavras-chave:
Violência sexual infantojuvenil, Segredo, Materialidade do crime, Estupro de Vulnerável, Polícia CivilResumo
O artigo analisa múltiplas modalidades de práticas e experiências que desenham e materializam o abuso sexual abuso sexual infantojuvenil como crime de Estupro de Vulnerável. A metodologia utilizada na pesquisa foi a etnografia multissituada associada a entrevistas e análise de documentos. Tabus e silêncios envolvendo esse tipo de fenômeno atrapalham a percepção de crianças e adolescentes sobre vivências sexuais impostas por adultos. O segredo é umas das principais estratégias de agressores para a manutenção do vínculo abusivo e seu rompimento requer da vítima uma mudança de percepção acerca de sentimentos contraditórios desencadeados nesse processo. Rompido o segredo e realizada a denúncia, inicia-se o trabalho da polícia civil. É necessário mais do que uma situação sexual imposta por adultos para um evento ser considerado Estupro de Vulnerável. A produção da materialidade do crime, contudo, envolve práticas complexas e demoradas que muitas vezes parecem incompreensíveis às vítimas, o que pode gerar descrença na polícia e arrependimento da denúncia.
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