Entre o lícito e o ilícito: a dinâmica do roubo de cargas e suas zonas cinzentas

Autores

  • Leonardo José Ostronoff Universidade de São Paulo
  • Fernando Alonso Salla Núcleo de Estudos da Violência (USP)

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2020.56.2.10

Resumo

O artigo discute o crime patrimonial na modalidade do roubo de cargas. Analisa as dinâmicas criminais em que está inserido, assim como as respostas institucionais e empresariais para controlá-lo. Aborda o roubo de cargas como expressão das zonas cinzentas que se estabelecem entre o lícito e ilícito, entre o público e o privado. Descreve as duas principais tipologias desse crime: os praticados “na loca” e os especializados. Aborda a participação de grupos criminosos organizados nessa modalidade de crime. Discute ainda a figura relevante nessa modalidade criminosa que é o receptador. O argumento central do artigo é que o crime de roubo de cargas por afetar os interesses de corporações econômicas, promove uma articulação destas com os setores públicos, sobretudo a polícia com vistas à sua contenção. A Intervenção Militar na Segurança Pública no Rio de Janeiro, em 2018, expressa essa mobilização de corporações junto às esferas governamentais de forma a promover uma ação de grande envergadura não só policial, mas também política. A metodologia usada foi a da pesquisa documental junto aos órgãos policiais e das forças armadas; entrevistas com policiais civis e militares, oficiais do alto comando das forças armadas, empresários, executivos de empresas e pessoas detidas pelo crime do roubo de cargas.


Palavras-chave: roubo de carga; dinâmica criminal; crime contra o patrimônio.

Biografia do Autor

Leonardo José Ostronoff, Universidade de São Paulo

Pós-doutorado em Sociologia (USP/Bolsa FAPESP).

Doutorado em Sociologia (USP).

Mestrado em Sociologia (USP).

Graduação em Ciências Sociais (USP).

Fernando Alonso Salla, Núcleo de Estudos da Violência (USP)

Sociólogo, mestre e doutor em Sociologia pela
Universidade de São Paulo. Pesquisador do Núcleo
de Estudos da Violência (NEV-USP).

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Publicado

2020-11-05

Edição

Seção

Artigos