As políticas públicas e os corpos subalternizados em tempos de pandemia: reflexões a partir da implementação do auxílio emergencial no Brasil

Autores

  • Dyego de Oliveira Arruda Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ)
  • Caroline Oliveira Santos Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ)

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2020.56.2.03

Resumo

O presente artigo objetiva refletir sobre a política pública do auxílio emergencial, revelando caminhos a partir dos quais tal estratégia foi capaz (ou não) de amparar os sujeitos subalternizados no contexto da pandemia de Covid-19 no Brasil. Em suma, o auxílio emergencial representa uma quantia mensal, em dinheiro, destinada a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, com renda familiar inferior a ½ salário-mínimo por pessoa. De um modo geral, foi possível perceber, ao longo das reflexões deste artigo, que o auxílio emergencial foi importante para que não houvesse quedas mais substanciais nos níveis médios de renda das pessoas, no contexto da pandemia. De todo modo, é importante ressaltar que, mesmo com a vigência do auxílio emergencial, os segmentos laborais mais precários e vulneráveis (tais como os trabalhadores autônomos e sem carteira assinada) foram aqueles que mais amargaram quedas nos seus níveis habituais de renda, o que sugere a existência de desigualdades estruturais na configuração da sociedade brasileira. Ademais, é importante destacar que certos perfis de sujeitos subalternizados tiveram muitas dificuldades para acessar o auxílio emergencial, considerando os critérios que foram definidos para a operacionalização da política pública em questão. Portanto, as reflexões deste artigo apontam para a necessidade de que as políticas públicas (o que, naturalmente, inclui a estratégia do auxílio emergencial) sejam mais sensíveis às demandas dos sujeitos subalternizados, permitindo-lhes alguma possibilidade factível de subsistir aos efeitos da pandemia de Covid-19.


Palavras-chave: Políticas públicas, covid-19, sujeitos subalternizados.

Biografia do Autor

Dyego de Oliveira Arruda, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ)

Doutor em Administração de Organizações pela Universidade de São Paulo (USP). Realizou estágio de pós-doutorado, na área de Administração, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Atualmente, é professor do quadro permanente do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), lecionando em cursos de graduação e no Programa de Pós-Graduação (nível mestrado acadêmico) em Relações Étnico-Raciais (PPRER) da instituição. Tem interesse e experiência nas seguintes temáticas de pesquisa: políticas públicas e ações afirmativas; gestão da diversidade; estudos subalternos e decoloniais.

Caroline Oliveira Santos, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ)

Possui mestrado em Estatística pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Atualmente, é professora do quadro permanente do campus Valença do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), lecionando no curso de graduação em Administração da instituição.

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Publicado

2020-11-05

Edição

Seção

Dossiê: Instituições, Políticas Públicas e Desenvolvimento em Tempos de Pandemia Global