Mulheres trabalhadoras em uma fábrica recuperada: mudanças e permanências na organização e gestão do trabalho

Autores

  • Roseli de Fátima Corteletti UFCG
  • Jacob Carlos Lima UFSCAR

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2018.54.3.07

Resumo

A reestruturação produtiva nos anos 1990, no Brasil, obrigou muitos(as) trabalhadores(as) a buscar “novas” estratégias de trabalho para enfrentar o desemprego. Entre essas estratégias, o cooperativismo constituiu-se uma possibilidade para evitar a informalidade e garantir renda. Nesse contexto, várias fábricas foram recuperadas pelos(as) trabalhadores(as) e se transformaram em cooperativas. Neste artigo, buscamos analisar o trabalho e a vida cotidiana das mulheres trabalhadoras de uma cooperativa têxtil situada na região sul do Brasil. Teve como objetivo verificar as mudanças na gestão e organização do trabalho frente à situação anterior, como empresa regular, e como as mulheres se inseriram nesse processo. Foram realizadas entrevistas com 27 cooperadas, com idades entre 35 e 75 anos e levantados dados acerca do histórico da fábrica e do processo de transição. Verificamos que a mudança na forma de gestão pouco alterou as condições de trabalho e a vida pessoal e social das trabalhadoras. O fato de serem “proprietárias coletivas” dos meios de produção não lhes garantiu maior autonomia e liberdade no trabalho, ou qualquer alteração na divisão sexual do trabalho.

Palavras-chave: cooperativismo, condições de trabalho, mulheres trabalhadoras, divisão sexual do trabalho.

Biografia do Autor

Roseli de Fátima Corteletti, UFCG

Unidade Acadêmica de Ciências Sociais

Jacob Carlos Lima, UFSCAR

Departamento de Sociologia

Downloads

Publicado

2018-12-30