A diferença como política de resistência e de ressignificação da subjetividade feminina em campos de saberes masculinos

Autores

  • Neiva Furlin Universidade Estadual de Maringá
  • Marlene Tamanini Departamento de Sociologia e Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPR

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.2.17

Resumo

Este artigo analisa narrativas de docentes inseridas no contexto do ensino da teologia católica, em um espaço tradicionalmente masculino, estruturado como não inteligível para as mulheres. Objetiva-se evidenciar como as docentes, que atuam no campo do saber teológico, se constituem e se afirmam positivamente como sujeitos femininos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada na interpretação das narrativas de quatorze docentes, inseridas em três instituições católicas, localizadas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Para analisar como as mulheres teólogas se tornam sujeitos em suas posições e em suas estratégias políticas, adotamos os pressupostos teóricos do feminismo e dos estudos de gênero e, especialmente, a noção de diferença sexual de Rosi Braidotti, como um dos campos epistemológicos das teorias feministas. O estudo mostra que as docentes desessencializam os conteúdos da diferença a partir de sua ação situada como estratégia política na produção de uma ética de si. Tal situação denota que a ressignificação da diferença sexual e da subjetividade de gênero, neste contexto, funciona de maneira positiva, ainda que permaneça marcada por uma estrutura simbólica, hierárquica, celibatária e masculina, na qual a diferença, frequentemente, segue sendo acionada como negativa e significada pelas essencializações referidas a competências menores em relação às mulheres.

Palavras-chave: diferença sexual, sujeitos femininos, instituições católicas.

Biografia do Autor

Neiva Furlin, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Sociologia pela UFPR (2014), com doutorado sanduíche pelo Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y Humanidades (CEIICH) da Universidade Nacional Autónoma de México (UNAM) (2012) Atualmente é professora colaboradora na Universidade Estadual de Maringá (UEM).

 

Marlene Tamanini, Departamento de Sociologia e Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPR

Departamento de Sociologia e Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPR, Coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero da UFPR.

Downloads

Publicado

2017-10-27

Edição

Seção

Artigos