Um panorama da literatura sobre a internacionalização das religiões ayahuasqueiras brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.2.08Resumo
Nascidas durante o século XX, a Barquinha, o Santo Daime e a União do Vegetal, conhecidas como as religiões ayahuasqueiras brasileiras, se mantiveram circunscritas à região norte do Brasil pelo menos até o início dos anos de 1970. Desde então, o Santo Daime e a União do Vegetal têm se expandido significativamente, cada qual à sua maneira, alcançando todas as regiões do país, cruzando as fronteiras brasileiras e o Oceano Atlântico. O processo de internacionalização desses grupos envolve complexas redes e alianças transnacionais, suscitando questões intrigantes sobre tradução cultural e diáspora religiosa. Entretanto, esse tema continua pouco explorado, e a produção a respeito é fragmentada e esparsa. Este artigo propõe uma revisão crítica da literatura sobre a internacionalização desses grupos, incluindo artigos, dissertações de mestrado e teses de doutorado em várias línguas, publicadas ou não, bem como textos sobre os aspectos legais. Através de uma abordagem comparativa, procuramos identificar as principais características, tendências e perspectivas do campo de estudos sobre a ayahuasca. Nesse sentido, esperamos chamar atenção para as possibilidades e lacunas dessa discussão e, ao mesmo tempo, estimular o desenvolvimento de futuras pesquisas. Este artigo almeja tornar-se uma espécie de guia para pesquisadores da área, assim como para outras pessoas interessadas no assunto, sendo especialmente importante em tempos em que a internacionalização das religiões ayahuasqueiras brasileiras alcança dezenas de países do mundo. Este tema, argumentamos, oferece um interessante lócus de estudo sobre a interação entre psicodélicos, religião e cultura.
Palavras-chave: ayahuasca, internacionalização, Santo Daime, União do Vegetal, diáspora, religiões ayahuasqueiras.
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