A educação popular na formação de trabalhadores da economia solidária: avanços políticos e desafios pedagógicos
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2015.51.2.11Resumo
O artigo provém de pesquisa sobre o modo como os princípios e os métodos da educação popular, consensuais no âmbito do discurso instituído, se expressam nas práticas de formação em economia solidária no Rio Grande do Sul. A pesquisa empírica foi realizada através de entrevistas com agentes de quatro entidades de formação representativas, bem como observação participante, sociopoética e entrevistas com trabalhadores vinculados ao Centro de Formação em Economia Solidária da Região Sul do Brasil, política pública implementada pela Unisinos no período de 2009 a 2012. Os resultados demonstraram avanços políticos, mas também desafios ao exercício democrático da educação popular, o qual exige a ruptura com a hierarquização de saberes e de papéis em meio a contextos, procedimentos e instrumentos tradicionais. Tais desafios expressam-se através de condições concretas (recursos insuficientes e editais que, apesar de expressarem uma conquista cidadã, delimitam prazos e conteúdos) e subjetivas (diferentes concepções de economia solidária que acionam opções metodológicas diversas de formação e heranças político-pedagógicas conservadoras). Propostas de superação giraram em torno de uma maior participação dos trabalhadores na formação e de flexibilização dos editais. As contradições só confirmaram que a educação popular é um processo que a todos desafia, tendo a utopia de construção de formas mais democráticas e solidárias de produzir e de viver como ponto comum e ideal que unifica. Não há fórmula nem receitas na educação popular, mas respostas construídas no permanente diálogo entre as diferenças, no enfrentamento às contradições e na recriação de práticas e estruturas.
Palavras-chave: economia solidária, educação popular, política pública.
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