A cultura em questões

Autores

  • Caleb Faria Alves UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2014.50.3.04

Resumo

O setor de serviços e as políticas públicas têm feito um uso cada vez mais intenso do conceito de cultura. Proliferam cursos de gestão, programas de governo e pesquisas que se apresentam como diretamente concernentes a esse campo. Os dois últimos procuram, no entanto, suporte nas enquetes investigativas. Este artigo abordará comparativamente o conteúdo desse termo, explícito ou não, em algumas dessas enquetes no Brasil e na América Latina. A preocupação inicial é destacar os pressupostos do consumo de bens culturais contidos nas enquetes e o quanto eles estão ligados ao próprio campo cultural. Ou seja, identificar se a cultura é tratada como campo autônomo ou como acessória a preocupações que lhe são externas. Um parâmetro importante é salientar o quanto o gosto aparece enquanto elemento de imposição distintiva e não apenas como possibilidade gerada por uma faixa de renda. Em seguida, procuramos verificar como os setores público e privado se articulam na produção e uso desses dados, mantendo o foco nas definições. Entram em pauta, também, a academia e as redefinições recentes do papel dos intelectuais.

Palavras-chave: cultura, surveys, políticas públicas.

Biografia do Autor

Caleb Faria Alves, UFRGS

Formado em sociologia pela universidade de São Paulo com um tese sobre pintura e imaginário republicano na segunda metade do século XIX. Atualmente é professor adjunto do Departamento de Antropologia da UFRGS e tem desenvolvido atividades nas áreas da cultura popular, indústria cultural e arte.

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Publicado

2014-12-30

Edição

Seção

Dossiê: Diversidade Cultural e os dilemas para as Políticas Culturais e Ambientais