Os impactos da reestruturação produtiva de uma grande empresa siderúrgica sobre o mercado de trabalho local
Resumo
Este artigo discute o processo de reestruturação produtiva na indústria siderúrgica brasileira nos anos 1990 e seu impacto sobre o mercado de trabalho local. A rápida abertura comercial, associada à estabilidade econômica, pressionou as empresas nacionais a construírem novas vantagens competitivas. As empresas intensificaram o ajuste produtivo ao longo desses anos visando assegurar qualidade, produtividade e redução de custos, adotando inovações tecnológicas e organizacionais. Estas transformações, inspiradas no modelo japonês, causaram impactos no mercado de trabalho. Buscamos analisar os impactos da reestruturação produtiva da maior empresa siderúrgica da região, a USIMINAS no mercado de trabalho local da cidade de Ipatinga-MG. Trabalhamos com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) para o mercado de trabalho formal e para o setor siderúrgico de Ipatinga, relacionando-os com o período da privatização e da reestruturação produtiva da empresa. Contamos com dados do Relatório Anual da empresa no período de 1990-2002 e com dados fornecidos pela Gerência Geral. O resultado de nossa análise de dados revelou redução da participação da indústria e crescimento da participação do setor terciário. O nível de escolaridade elevou-se para 2º grau e houve redução da remuneração em geral. Os trabalhadores mais jovens de 18 a 29 anos predominam, enquanto os trabalhadores de 30 a 39 anos diminuíram. Cresceu o número de terceirizados e caiu paulatinamente o número de trabalhadores diretamente contratados pela USIMINAS.
Palavras-chave: reestruturação produtiva, mercado de trabalho local, setor siderúrgico, perfil da força de trabalho.Downloads
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