Microquímica do poder: psicofármacos, neoliberalismo e governo de condutas
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2022.58.2.01Palavras-chave:
Psicofármacos, Neoliberalismo, Biopolítica, GovernoResumo
Neste artigo procuro descrever certos efeitos políticos e subjetivos que se podem desdobrar do discurso psiquiátrico contemporâneo referente ao uso de psicofármacos (em especial, do Prozac). Para isso, circunscrevo – como unidades de análise – manuais de psiquiatria e psicofarmacologia, manual de saúde mental do Ministério da Saúde, publicações da Associação Brasileira de Psiquiatria e o best-seller internacional Ouvindo o Prozac do psiquiatra estadunidense Peter Kramer. Diante dos conteúdos desse corpus documental examino: a) como, nesses enunciados, se traçam ações de poder-sujeição e de governo de condutas; b) como esse conjunto de proposições sobre psicofármacos pode integrar uma estratégia neoliberal de governo das condutas (em nome da recuperação, manutenção ou potencialização do capital humano dos indivíduos). O argumento deste trabalho é que o atual dispositivo psicofármacos configura-se como um dos elementos táticos de uma biopolítica neuromolecular que apresenta convergências com as estratégias neoliberais de governo das condutas do sujeito “empresário de si”.
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