Territórios integrados por grandes projetos de investimentos: reflexões a partir do sudeste e do norte do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2022.58.2.08

Palavras-chave:

integração-desintegração territorial, super ciclo de commodities, impactos socioambientais

Resumo

Este artigo discute a correlação entre a integração territorial por meio de grandes projetos de investimentos (GPIs) em infraestrutura e a sua dominação e os impactos territoriais provocados aos povos indígenas, aos camponeses e pescadores locais nas regiões Sudeste e Norte do Brasil. Tem como propósito compreender, numa perspectiva dialética, o que denominamos de “processo de integração-desintegração territorial” associado ao Complexo Portuário do Açu, no Norte Fluminense e à Estrada de Ferro Carajás, na Amazônia. Para isso, nos baseamos nos estudos e nas pesquisas que envolvem as temáticas sobre a fragmentação territorial, os processos de desindustrialização e as commodities, além dos documentos técnicos referentes aos empreendimentos e das informações de campo (2019-2020). Nessas regiões, esses dois GPIs, com conexões globais, são responsáveis por deslocamentos humanos, pela exclusão de áreas para a agricultura e a pesca, pela expropriação de terras, pela violência e pela degradação ambiental, que ocorrem concomitantes com suas expansões físico-territoriais. As consequências desse processo acirram conflitos nesses territórios, dialeticamente integrados-desintegrados pelo capital e pelo Estado, e neles emergem resistências dos grupos sociais locais contra a usurpação de seus direitos sociais e contra a destruição da natureza e das culturas.

Biografia do Autor

Rosangela Maria Amorim Benevides-Guimarães, Universidade Federal Fluminense

Assistente Social da Universidade Federal Fluminense (UFF), campus Campos dos Goytacazes. Doutora em Políticas Sociais pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).

Edma Silva Moreira, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

Doutora em Ciências Sociais. Professora Associada da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Leciona nos cursos de Graduação em Ciências Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedades na Amazônia (PDTSA). Pesquisadora nas áreas da Sociologia Rural, e líder do Grupo de Pesquisa “Estudos e Pesquisas sobre Mudança Social no Sudeste Paraense” (GEPEMSSP).

Ana Lúcia de Sousa, Universidade Federal de Roraima (UFRR).

Doutora em Educação. Professora Titular da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Leciona nos cursos de Graduação em Ciências Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Fronteiras (PPGSOF).

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Publicado

2023-02-17

Edição

Seção

Artigos