Jalecos Brancos e o “Dragão Covidiano”: as alianças em torno do tratamento precoce
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2021.57.3.06Palavras-chave:
Medicina e Política, Médicos pela vida, Tratamento PrecoceResumo
A pandemia da COVID-19 desafiou diversas nações do mundo a desenvolver mecanismos regulatórios para contenção ampla da contaminação. Em algumas destas situações, os governantes apostaram em estratégias polêmicas, sem evidência científica, com vistas a manter ou ampliar sua popularidade em meio à crise sanitária. Esse é o caso do Brasil, onde o presidente investiu num kit de medicamentos - sem eficácia comprovada - numa associação com grupos de médicos e militares que estão na base do seu governo. Nesse artigo analisamos quais foram as condições e as bases sociais de possibilidade dessa aliança entre médicos e o governo Bolsonaro em torno do que foi denominado como “tratamento precoce”. A análise permitiu demonstrar que esta aliança dependeu, de um lado, de um conjunto de transformações nas relações de força no sistema político e dos vínculos e relacionamentos da classe médica com a direita e a extrema direita. E, de outro, de certas características do próprio grupo profissional no que diz respeito ao recrutamento, modalidades de associação e suas alianças com o bolsonarismo. A bandeira do tratamento precoce se apresentou para este grupo como um recurso essencial para alavancar a popularidade do presidente e deles próprios, permitindo sua entrada na política e ampliando a politização da profissão.
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