Em busca de uma “nação Atlântica e não bugre”: racismo e construção da desigualdade na ocupação da Amazônia Sul-Ocidental (1930–1940)
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2021.57.1.04Palavras-chave:
Vale do Madeira-Guaporé, Amazônia brasileira, História de Rondônia, Povos indígenasResumo
Nas décadas de 1930 e 1940, foram cunhadas representações sobre o Vale Madeira-Guaporé (atual Rondônia) centradas na integração da Amazônia ao restante do País. Neste artigo, buscou-se compreender os significados de cunho racial veiculados nesse processo, em especial aqueles presentes no jornal Alto Madeira e relacionados à denominada Marcha Para o Oeste. No recorte estudado, tais narrativas foram alicerçadas em hierarquizações alinhadas com os interesses do avanço capitalista e com a marcha de uma alegada modernidade em oposição ao dito primitivismo indígena e de outras populações regionais. Surgiram, assim, representações diversas, pautadas em hierarquias raciais. Tais narrativas visavam a naturalizar a apropriação dos territórios indígenas, a destruição das culturas desses povos e a exploração intensiva de sua força de trabalho, como também ocorria com os migrantes nordestinos. Conhecer esse processo se torna relevante em um momento em que são ressignificadas, no Brasil, concepções sobre o avanço da fronteira muito difundidas nessas décadas e amplificadas no contexto da Ditadura Militar. Essas visões, amplamente retomadas na contemporaneidade, carregam consigo significações étnico-raciais que merecem ser mais bem analisadas e inseridas nos debates atuais.Downloads
Publicado
2021-06-04
Edição
Seção
Dossiê: Fronteiras étnicas, biodiversidade, conflitos e resistências na Amazônia
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