“Se não tem quem faz o trabalho de casa, não tem quem faz o trabalho da roça”: gênero, trabalho e agenciamentos cotidianos em Jaguari – RS
DOI:
https://doi.org/10.4013/csu.2021.57.3.02Palavras-chave:
Gênero, Mulheres Camponesas, Trabalho, AgenciamentoResumo
Este artigo visa refletir acerca do cotidiano de trabalhadoras rurais do interior do município de Jaguari, região central do Rio Grande do Sul. Por meio da análise etnográfica, buscaremos apresentar, inicialmente, os percalços que envolvem os papéis sociais atribuídos a essas trabalhadoras enquanto mulheres e camponesas. Em seguida, voltamo-nos à esfera do trabalho feminino, compreendendo a divisão sexual do trabalho no mundo camponês em questão, destacando a jornada laboral dessas camponesas tanto na esfera reprodutiva quanto na sua participação ativa no âmbito produtivo. O trabalho delas, em ambas as esferas, não é reconhecido, o que tende a minar a autonomia dessas mulheres, privando-as do acesso a algum tipo de ganho monetário. Por fim, analisaremos as formas de agenciamento, ou ainda, as formas de resistência cotidiana, isto é, as estratégias que essas camponesas adotam para obter certa autonomia, econômica sobretudo, nesse espaço marcado pelas hierarquias e desigualdades de gênero. Essas resistências ocorrem mediante a confecção e comercialização das quitandas, um compilado de produtos atrelados à esfera de trabalho dita feminina, que possibilita às mulheres de Rincão dos Alves se colocarem como agentes ativos e geradores de renda.
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