“Se não tem quem faz o trabalho de casa, não tem quem faz o trabalho da roça”: gênero, trabalho e agenciamentos cotidianos em Jaguari – RS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4013/csu.2021.57.3.02

Palavras-chave:

Gênero, Mulheres Camponesas, Trabalho, Agenciamento

Resumo

Este artigo visa refletir acerca do cotidiano de trabalhadoras rurais do interior do município de Jaguari, região central do Rio Grande do Sul. Por meio da análise etnográfica, buscaremos apresentar, inicialmente, os percalços que envolvem os papéis sociais atribuídos a essas trabalhadoras enquanto mulheres e camponesas. Em seguida, voltamo-nos à esfera do trabalho feminino, compreendendo a divisão sexual do trabalho no mundo camponês em questão, destacando a jornada laboral dessas camponesas tanto na esfera reprodutiva quanto na sua participação ativa no âmbito produtivo. O trabalho delas, em ambas as esferas, não é reconhecido, o que tende a minar a autonomia dessas mulheres, privando-as do acesso  a algum tipo de ganho monetário. Por fim, analisaremos as formas de agenciamento, ou ainda, as formas de resistência cotidiana, isto é, as estratégias que essas camponesas adotam para obter certa autonomia, econômica sobretudo, nesse espaço marcado pelas hierarquias e desigualdades de gênero. Essas resistências ocorrem mediante a confecção e comercialização das quitandas, um compilado de produtos atrelados à esfera de trabalho dita feminina, que possibilita às mulheres de Rincão dos Alves se colocarem como agentes ativos e geradores de renda.

Biografia do Autor

Renata Piecha, Universidade Federal de Santa Maria

Doutoranda junto ao programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria. Possui mestrado e graduação em Ciências Sociais pela mesma instituição. 

Maria Catarina Chitolina Zanini, Universidade Federal de Santa Maria

Possui graduação em Curso de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRGS (1987), mestrado em Antropologia pela Universidade de Brasília- UnB (1997), doutorado em Ciência Social (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo- USP (2002) e Pós-doutorado pelo Museu Nacional (MN-UFRJ) (2008). Atualmente é Professora Titular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), vinculada aos Programas de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Programa de Pós-Graduação em História. Coordenadora do NECON/UFSM (Núcleo de Estudos Contemporâneos). Membro do Comitê de Iniciação Científica e de Inovação Tecnológica da UFSM. Tem experiência na área de Antropologia, trabalhando principalmente com as seguintes temáticas: migrações, teoria antropológica, campesinato e etnicidade. Visiting Schoolar na Universitá Ca´Foscari Venezia (Itália).
Pesquisadora Associada do NIEM-UFRJ (Núcleo de Estudos Migratórios). Pesquisador Associado ao Instituto Histórico de São Leopoldo. Membro do Migraidh-UFSM e da Cátedra Sérgio Vieira de Mello UFSM.

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Publicado

2022-03-25